Ando demasiado nostálgica. Ando a rever a minha infância de uma ponta à outra. Nem sei bem porquê, o que é certo é que reconforta. Muito. Seja como for, pareço uma miudinha de cinco anos. Qualquer dia vou a correr para a secção das Barbies no hipermercado. A que se deverá tal coisa? Voltar a ouvir aquelas conversas de que nos abriam um sorriso em tardes sombrias. Aquelas criancices sem qualquer sentido, mas que por serem criancices nos adoçam a amarga realidade. Resumindo, aquelas pequenas coisas que imortalizam a insconciência.
Viva a inconsciência. Quem me dera voltar a ser insconsciente, a não ter de me preocupar com nada. Neste momento já não é assim. A vida em si já dá que pensar. Talvez esteja aqui a divagar para o ar, mas até isso faz falta. Abafa os problemas. Não é que eu tenha muitos, a maior parte é inventada por mim. Outro grande problema é esse. Inventar coisas onde elas não existem. E o pior é não saber distinguir quando inventamos ou quando as coisas são sérias. Não tarda muito para que arranje também um amigo imaginário, daqueles que têm super poderes e nos salvam em momentos de solidão. Por falar nisso, tenho que ir arrumar o quarto, porque o Sr. Radion, aquele meu amigo do espaço, não gosta de confusão.
Bolo de Chocolate
Há 15 anos
2 comentários:
Não me espanta absolutamente nada este teu devaneio nostálgico, nem o encontrar conforto em analepses, nem o fascínio pela infância em geral, seja ela a tua ou não.
Sabes que ultimamente anda toda a gente assim? Fernando Pessoa, a inconsciência, a inocência, aquela felicidade absurdamente plena...
É a epidemia mais frequente a partir de uma determinada faixa etária.
Vai arrumar o quarto... Bip!
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